É de se perguntar, não é? Novas técnicas para potencializar o aprendizado de nossos alunos? Constantemente estamos sempre recebendo conteúdos e textos que mostram metodologias para ensinar melhor. Construir um aprendizado que valha a pena.
Na educação, sempre nos deparamos com “novas técnicas”, a tecnologia avança e consequentemente lá estamos nós, olhando e refletindo sobre as nossas práticas docentes. Dar aula é sempre um desafio! E que desafio! Contudo, acredito ser o melhor de todos. Porque sempre o vencemos quando estamos preparados!
Eu gosto muito daquele famoso diálogo entre a Alice e o gato, na história de “Alice no país das maravilhas”. Alice pergunta para o gato: “Só queria saber que caminho tomar”. O gato responde: “Ohh… isso depende do lugar onde quer ir”. Ela rapidamente contesta: “Oh isso não importa, desde que eu […]”. Sem deixar ela completar sua frase, o gato replica: “Então não importa que caminho tomar”.
A lição que fica deste trecho e, quero aqui compartilhar com vocês para entendermos essas novas técnicas, que possam potencializar o aprendizado dos alunos é que “Se você não sabe onde quer ir, qualquer caminho serve”.
Assim somos nós, professores, diante dos recursos que temos em nossas mãos para facilitar e transformar nossa forma de ensinar. Devemos saber onde pretendemos chegar.
Muito se fala em tecnologias educacionais, mas independente disso, qualquer recurso que iremos aplicar, ter claro o objetivo dele e para onde queremos ir, é essencial. Costumo dizer que tecnologia nenhuma substitui a mediação docente e que a verdadeira tecnologia está em nosso coração, cérebro e mãos. Um alinha o outro para executarmos novas técnicas para potencializar o aprendizado de seus alunos.
Pensando nessa tríade coração, cérebro e mãos, explico que há algumas novas técnicas que facilitarão o aprendizado, reforçando a sua mediação como professor e construtor de caminhos, fazendo novamente referência à Alice.
1 – Potencializar o aprendizado via experiências sensoriais
Para um verdadeiro aprendizado temos que tocar o coração. Ou seja, os alunos precisam sentir o que estão aprendendo. Por isso, utilizar estratégias que envolvam experiências sensoriais valem a pena.
Não basta só expor o conteúdo, devemos dar sentido a eles. Por isso, além da visão e audição, que tal proporcionar algumas experiências envolvendo o tato, olfato e o paladar? Leve para a sua didática elementos em que os alunos tenham que tocar, cheirar e até experimentar um sabor.
É possível, por exemplo, ensinar o que é oxítona, paroxítona e proparoxítona levando um abacaxi (oxítona) e um brócolis (proparoxítona). Explique as regras gramaticais e “aguce” o aprendizado via paladar. Agora resta-nos saber se irão gostar do brócolis! Mas tenho certeza que experiências assim potencializam o aprendizado.
Essas experiências podem funcionar com qualquer conteúdo e disciplina, basta colocar o cérebro para funcionar. Lembra que falei dele acima? Por isso, usar “tecnologias” depende também de como você aproveita sua racionalidade e criatividade para ensinar.
Ensine usando músicas, levando aromas e também objetos que permitem o toque. Articule com o seu conteúdo. Faça-os sentir experiências sensoriais.
2 – Inovação
O significado de inovação compreende todo e qualquer alteração de sistemas e processos, que visam melhorar resultados, facilitar entregas ou resolver questões sociais e culturais.
Aplicar a inovação em sala de aula é uma proposta para pensar novas técnicas de aprendizado. Sempre que inovamos, há um sentido que é ressignificado e com isso a nossa ação como docente se transforma. O mesmo acontece com os alunos. Sempre que estão diante de algo novo, a curiosidade potencializa para uma atenção.
Por isso, não tenha medo de inovar seus processos, assim como, permita que seus alunos inovem também. Deixe-os criar e cocriar com você.
A cocriação, por exemplo, potencializa o aprendizado, porque há uma participação na construção do conhecimento. O saber se solidifica quando se constrói no coletivo. Em todo processo de cocriação há uma melhor assimilação do que está sendo ensinado e isso é inovar sua sala de aula.
Um trabalho bem interessante de cocriação é incentivar a construção de blogs em que seus alunos possam ser autores, a partir do conteúdo que você ensina. Isso é tornar coletivo um aprendizado. Pierre Lévy aponta que ações como essas ampliam a construção de inteligências coletivas e que um colabora com o outro para a construção do conhecimento.
Inovar é deixar sua criatividade solta e segura para planejar boas estratégias de ensino e aproveitar os resultados decorrentes delas.
3 – Ensino transmídia
Um ensino transmídia também consiste em novas técnicas para potencializar o aprendizado. Transmídia significa oportunizar narrativas paralelas sobre o que você está ensinando. Isso amplia a oportunidade de acesso a outras informações e, consequentemente, várias outras “leituras” são oportunizadas.
Você pode a partir do conteúdo exposto em sala, por exemplo, pedir para os alunos criarem posts ou perfis nas redes sociais. Você vai ver o quanto criativo eles podem ser e como essa ação colabora no processo de ensino e aprendizagem.
Quando o estudante cria algo para a rede ele sabe o local em que pisa e compreende que há uma coletividade que irá visualizar a sua publicação. Além disso, surgem comentários sobre a atividade, que não são de seus professores, ele vê com outros olhos o conteúdo que aprendeu.
A interatividade consiste em proporcionar diversão na hora de aprender e tudo o que vem de forma leve e satisfatória, gera uma compreensão melhor.
Você pode aproveitar os recursos do Instagram, por exemplo, para criar testes, enquetes e perguntas. Ou peça para os seus alunos criarem ações assim, a partir do que aprendeu.
A sala de aula não deve ser somente entre quatro paredes ou na tela do computador. É preciso explorar outros recursos e aproveitar que estamos inseridos em um ambiente transmídia e fazer o nosso processo de ensino mais criativo e dinâmico.
Temos que dar sentido ao que ensinamos. O aluno precisa compreender e sentir o conteúdo e uma oportunidade para isso são técnicas transmídia.
Essas novas técnicas servem para refletirmos sobre o quanto temos a ganhar quando pensamos que a verdadeira tecnologia está no coração, no cérebro e em nossas mãos. Ou seja, depende de nós! Basta acreditar e fazer diferente, oportunizando outras direções, mas sabendo exatamente o que você quer delas. Não agir como Alice ao dizer que não “importa o caminho”.
Se você sabe qual é a estrada, siga em frente e leve consigo sua bagagem, repertório e ferramentas para criar oportunidades de fazer um aprendizado diferente. Isso vai lhe deixar mais realizado, e consequentemente, seu aluno ficará mais satisfeito e instigado a pensar.