Inovação, no senso comum, significa fazer algo diferente do habitual. Mas criatividade, também não trilha esse caminho? Minha resposta é não! Vamos pensar pela lógica do empreendedorismo. Quando empreendemos, buscamos concretizar um sonho ou propor uma mudança social e cultural, com aquilo que desenvolvemos no mercado.

Pois bem, empreender é usar constantemente aspectos ligados à inovação e a criatividade. Inovar significa trazer uma solução no processo de confecção, entrega de um produto ou serviço. Essa é a base para todo empreendedorismo.

Contudo, pensar a criatividade nessa relação, demanda uma atenção especial. Inovar e ser criativo são bons pilares para o empreendedorismo de sucesso. No entanto, há de se ponderar que nem toda ideia criativa resulta em um processo de inovação, mesmo entendendo que para ser inovador precisa-se ser criativo.

Ou seja, o inovar é provocar uma transformação útil e rentável para o empreendedor, para a sociedade e para os agentes que utilizarão o serviço ou produto.

Inovação e criatividade no empreendedorismo

Para West e Farr, autores do livro Innovation and Creativity at Work: Psychological and Organizational Strategies, inovação é a “introdução e aplicação intencional de novas ideias, processos, produtos ou procedimentos com o objetivo de beneficiar significativamente indivíduos, grupos, organizações ou a sociedade como um todo”. Acrescento que se trata de um recurso vital para a manutenção de oportunidades coletivas e individuais.

O empreendedorismo solidifica-se, não só a partir de novas ideias, mas de ideias que apresentem soluções. Aí está o desafio de empreender. Bons negócios constroem com boas pessoas. Indivíduos pensantes, criativos e inovadores.

Inovação e criatividade só acontecem porque há “gente” que desenvolve o percurso. Um robô até pode gerar rapidamente, em segundos, uma solução ou um cálculo, mas nunca irá reproduzir um processo criativo que só os humanos conseguem. Por isso, empreender é uma prática basicamente de “gente”. Há vários modos e jeitos de se fazer empreendedorismo, basta aplicar as concessões da inovação e da criatividade.

Criatividade e inovação são os pilares para o empreendedorismo porque consistem em ferramentas que dão base, sustentam, aprimoram, embelezam e edificam.

Pegamos, por exemplo, um prédio. A fundação é algo que não vimos. Sabemos que está abaixo da terra, constitui-se por camadas sólidas de ferro e cimento, tudo bem preparado para erguer os pilares que darão sustentação à obra. Contudo, a fundação sozinha não basta. Para poder morar e abrigar escritórios ou apartamentos, as paredes, janelas e portas são fundamentais. É a parte visível do resultado.

Assim, é o empreendedorismo. Não adianta nada uma boa ideia se ela ficar escondida ou não funcionar para “levantar” o negócio. Empreender é criar espaços, abrir soluções e ser conspícuo.

Por trás de todo bom negócio há uma ideia criativa e inovadora. É preciso reforçar que ser criativo não é o mesmo de ser inovador. Teresa Amabile destaca que “toda inovação começa com pessoas tendo idéias criativas”.

A criatividade pode ser nata, como também, possível de ser alimentada. Algumas pessoas criativas nascem com boas ideias, outras precisam aprender a buscá-las. Cada um de nós tem um modo único de desenvolver sua criatividade. Ler, assistir um bom filme, escutar músicas preferidas, viajar, visitar galerias de arte ou até mesmo aprender coisas novas, sempre serão bons gatilhos para pensar criativamente.

Criatividade também é um exercício. Quanto mais praticamos, mais fácil ela aparece. No empreendedorismo ela é essencial para mostrar ações diferenciadas, conquistar um bom espaço no mercado e ter resultados satisfatórios.

Já a inovação permite que o empreendedor esteja disposto a trazer soluções.  O caminho para inovar costuma iniciar com a identificação das dificuldades, insuficiências e oportunidades.

Costumo dizer que criatividade e inovação andam lado a lado. Uma orientando a outra, conforme suas peculiaridades e habilidades. No empreendedorismo são duas armas potentes que facilitam a entrega e resultados nos processos. Contudo, é comum nos depararmos com empreendedores que não as executam. Alguns até acham que operacionalizam, que possuem uma ideia inovadora, mas que na prática, não sai do senso comum.

George S. Patton, lendário líder das tropas americanas durante a primeira e segunda guerra mundial, cuja história rendeu filmes em Hollywood, certa vez disse: “If everyone is thinking alike, then somebody isn’t thinking”. Ou seja, “se todo mundo está pensando da mesma maneira, então alguém não está pensando.”

Pensar em inovação e em criatividade parte dessa premissa. Não adianta vir com as mesmas ideias ou processos. Para um bom empreendedorismo acontecer, é necessário que o NOVO (caixa alta mesmo), aconteça.

Permita-se construir ideias inovadoras e que sejam pilares para os seus negócios.