Todos sabemos que o que mais importa nos processos de trabalho, são as entregas e o resultado positivo e financeiro do nosso negócio. Afinal, trabalhamos por que gostamos, mas também por que necessitamos. Uma ferramenta necessária em todo esse caminho é o feedback.
Vejo o feedback como algo indispensável para qualquer organização que almeja sucesso. Escutar e saber ouvir é uma das soft skills que repercute diretamente no engajamento de equipes. Uma equipe bem engajada, já falei sobre isso, consegue vender mais, atender melhor e tende a ser mais criativa e inovadora.
Precisamos do feedback para aproximar equipes por que, como gestores ou líderes, não sabemos com exatidão a percepção e o que pensam os nossos colaboradores sobre os processos de trabalho e sobre a empresa.
Toda vez que paramos para escutar alguém, significa que estamos dando voz a essa pessoa e, consequentemente, um laço afetivo é constituído. Precisamos dessa confiança para nos sentirmos melhor. Só assim, anseios e inferências poderão ser resolvidas.
Todo líder e todo gestor precisa ouvir seus colaboradores para poder aproximá-los. Aproximar colaboradores é permitir engajamento na equipe de trabalho. Assim como o autoconhecimento é necessário para compreendermos o que sentimos, o feedback é imprescindível para qualquer organização.
Dentro dos estudos da neuroliderança, por exemplo, vimos que um bom neurolíder é aquele que consegue “desenvolver” pessoas, ou seja, consegue dar autonomia para que elas possam crescer, mostrar seus talentos e se desenvolver profissionalmente. Além disso, permite a escuta e age a partir dela.
Um exemplo disso é o que vimos muito nas discussões sobre neuroliderança é que muito se fala que são as pessoas o elemento mais importante nas organizações. Não é bem por aí. Explico: na verdade as pessoas certas nos lugares certos é que são os elementos mais importantes para qualquer organização. E como podemos saber isso sem praticar e estimular o feedback?
O feedback ajuda a compreender o que se passa no ambiente de trabalho, conseguimos colher sugestões, avaliar críticas, tomar decisões e além disso, administrar talentos. Só saberemos o potencial de nossos colaboradores se permitirmos que eles nos falem e mostrem seus anseios e desejos.
Estudos comprovam que o ser humano, em grande parte, toma suas decisões estimulado por questões emocionais. A emoção é algo que está sempre conosco e precisamos fazer dela, uma ferramenta para conseguirmos atingir nossos objetivos.
Não é diferente no mercado de trabalho. Lideramos, somos gerenciados e ocupamos espaços com as nossas atividades profissionais. Por mais racional que pareça ser, somos sujeitos que demandamos sentimentos, por isso, nossas emoções, em algumas vezes, falam mais alto. O feedback, quando bem aplicado, auxilia nesses entendimentos e mostram caminhos para continuar o que está certo e mudar o que está errado.
Feedback: conexão essencial para as relações
David Rock, autor renomado no campo da neuroliderança, explica que para o sucesso das organizações é preciso instituir e praticar o que ele denomina de SCARF (cachecol em português). Para o autor, essas cinco sílabas compreendem um caminho de sucesso em qualquer ambiente de trabalho em que há pessoas atuando nele. Explico isso, para compreenderem como o feedback pode auxiliar nesse processo.
Para Rock essas sílabas significam:
S – Status
C – Certeza
A – Autonomia
R – Relações
F – Justiça (fairness)
No S de status percebemos a nossa percepção diante do outro. Se há um parâmetro de status entre os colaboradores, em que ninguém “aparece” mais que o outro ou é “diminuído” mais do que o outro, isso gera estabilidade emocional na equipe e, consequentemente, os resultados são mais positivos.
Na Certeza (C), os colaboradores possuem o senso de prevenir o futuro, ou seja, ele tem a certeza de que está no lugar bom e ideal e que não é ameaçado e não corre o risco de ser substituído.
O A de autonomia é proporcionar segurança aos colaboradores, dar a eles liberdade para pensarem ações inovadoras, serem criativos e proporem melhorias dentro da organização.
As relações (R) só comprovam o que já escrevi em alguns textos antes, somos seres afetivos e as relações nos guiam no mundo. Necessitamos do contato social como sobrevivência e no mercado de trabalho, isso se potencializa, visto que passamos boa parte do tempo com colegas e líderes.
A justiça (o F de Fairness) é quando nossos colaboradores sentem que há critérios para algumas escolhas e que não se sentem injustiçados por ações da gestão ou de seus líderes.
Quis mostrar esses cinco pontos discutidos por David Rock para mostrar o quanto o feedback poderá ajudá-los na conexão com sua equipe e, consequentemente, fortalecer o status, a certeza, a autonomia, as relações e o senso de justiça.
Como disse anteriormente, um bom líder é aquele que sabe ouvir e a partir dessa escuta tomar sábias decisões.
O resultado disso é uma equipe mais engajada e pertencente à organização, o que faz toda a diferença em um mercado competitivo e que precisa das pessoas para poder se sobressair, vender mais, atender melhor e criar novas oportunidades para seus negócios.
O próprio cachecol é um elemento que proporciona laços e que envolve e aquece o pescoço de alguém. Um bom feedback, quando bem aplicado e alinhado estrategicamente, pode criar laços e aquecer um ambiente de trabalho. Pense nisso!