Não é nada fácil fazer com que você expresse suas emoções, aliás, parte muito da lógica pessoal e coletiva. Alguns conseguem transmitir com mais facilidade o que sentem, outros nem tanto. Por vezes, somos reféns das instituições que estamos inseridos, decorrente de um caminho histórico e hegemônico em relação às emoções.

Talvez a história das nossas ações, possam explicar um pouco algumas das dificuldades que temos em expressar nossas emoções. No ambiente corporativo, por exemplo, havia a ideia de que a razão sempre estava acima da emoção. 

Na escola, o professor não poderia ser afetivo, porque professor bom é aquele “domina” os alunos, e quando escrevo sobre isso, lembro da música Another Brick In The Wall, da banda Pink Floyd, no qual faz referência à ausência de olhar para as emoções e enxergar os alunos como sujeitos afetivos e não reprodutores e máquinas de informação. E nas relações familiares, o homem não deveria chorar e a mulher caberia à obediência.

Os tempos são outros, eu sei, mas resquícios dessas mazelas sociais talvez tenham ficado impregnados em nossos comportamentos.

Ainda bem que hoje já podemos perceber que no ambiente de trabalho, o líder é aquele que desempenha um papel de inspirador, traz consigo sua equipe e se importa com ela; 

No ensino, qualificamos melhor o aprendizado por meio das emoções, oportunizando um espaço mútuo de construção de conhecimento; 

E no contexto pessoal, o amor, a raiva, a dor e a alegria possuem seus espaços, indiferentemente de idade, gênero e raça. Pelo menos é o que se espera.

Mas você já parou para refletir como é importante expressar suas emoções e como isso pode repercutir na sua vida pessoal e profissional?

Além disso, a exposição afetiva contribui para a construção de bons relacionamentos interpessoais e fortalece laços necessários nos ambientes empresariais, educacionais e familiares.

É preciso entender que as emoções surgem a partir dos afetos. A afetividade é intrínseca ao homem desde o momento em que nasce. Aprendemos que precisamos de afetos nos relacionamentos. Expressar emoções consistem nas representações e materializações afetivas.

Os emoji, por exemplo, são manifestações emocionais, representadas por carinhas e que codificam aquilo que estamos sentindo. Trata-se de uma linguagem divertida e ao mesmo tempo lúdica, que auxilia nas nossas relações.

O mesmo pode ser no nosso dia a dia. Precisamos compreender que expressar o que sentimos favorece as relações.

O ambiente organizacional pode ficar muito mais produtivo quando a equipe de trabalho manifesta seus sentimentos. Um bom gestor é aquele que operacionaliza a gestão emocional e sabe oportunizar espaços para trocas de afetos.

Um ensino passa a ser muito mais prazeroso e significativo quando há emoções envolvidas. O aluno não aprende mais somente escutando, lendo ou assistindo. É preciso “tocar” o coração.

Dinâmicas, jogos, contação de histórias e algumas outras técnicas auxiliam nas vivências afetivas.

O motivo de ser importante que você expresse suas emoções

Criar espaços para compartilhar memórias afetivas, por exemplo, é um bom caminho para expressar emoções. São histórias que transportam quem conta, e quem escuta, para um contexto positivo, visto a compreensão que se tem dos sentimentos envolvidos nelas.

Todos nós gostamos de histórias e desde pequenos nos emocionamos com elas. Podemos chorar, rir, sentir raiva, nojo ou desprezo, as narrativas têm esse poder: de levar o ouvinte, o leitor ou o telespectador para outro mundo.

Contar memórias é quase que uma tela de cinema ou páginas de um bom livro. A pessoa conta, e nós acompanhamos atentamente os desfechos narrativos que são sempre repletos de emoções.

Expressar suas emoções não fará de você mais fraco, pelo contrário, potencializará uma força, que até então não havia sentido.

Não quero dizer com isso que devemos ficar expelindo tudo o que sentimos, em todos os lugares e para qualquer pessoa. Há momentos certo para isso e lugares específicos. Nossa linha de pensamento é fazer com que você perceba o quanto é necessário expressar sua emoção ou oportunizar espaços para isso.

Quando conhecemos as pessoas que estão ao nosso redor aprendemos a confiar nelas.

Todas as relações precisam, e agradecem, quando conseguimos manifestar nossas emoções. Além de ser prazeroso, pode funcionar como estratégia positiva no seu espaço de atuação, seja pessoal ou profissional.

Augusto Cury destaca:  ”O pior cárcere não é o que aprisiona o corpo, mas o que asfixia a mente e algema a emoção. Sem liberdade, as mulheres sufocam seu prazer. Sem sabedoria, os homens se tornam máquinas de trabalhar”.

Ser sábio é entender que as emoções fazem parte do nosso cotidiano e que liberdade é manifestá-la com sabedoria. Não fique preso às mazelas do passado. Perceba que nesse mundo cada vez mais veloz e tecnológico, o que nos fará diferente dos robôs é o fato de conseguirmos expressar nos olhos, no rosto, no abraço, nas mãos e com as palavras, as nossas emoções.

Expresse suas emoções para ter um melhor rendimento nas suas relações.

– Deixe recados escritos em papel ou em post it colados nas paredes ou em computadores;

– Envie áudios ou mensagens de texto no WhatsApp;

– Marque pessoas em posts afetivos nas redes sociais;

– Mostre que você sente falta ou se importa com as pessoas que estão do seu lado;

Quando você expressa suas emoções você exercita algo que é extremamente importante no mundo de hoje, que é a empatia. Daniel Goleman explica que há três tipos de empatia, que favorecem as relações:

Empatia cognitiva:

É aquela em que eu entendo você e o que você passa.

Empatia emocional: 

Eu só não entendo o que você sente e passa, como também já senti e passei por isso. Te compreendo melhor e me coloco no seu lugar, por já ter vivenciado histórias iguais ou parecidas.

Preocupação empática: 

Além de entender, saber o que você sente ou está passando, eu me preocupo com você. Demonstrar que nos preocupamos com os outros, é um excelente recurso emocional. Se fizermos isso em nossos ambientes pessoais e profissionais, fortaleceremos não só as nossas emoções, como as de quem participa conosco.

Espero ter lhe ajudado com esse blogpost a repensar ou reafirmar o papel das emoções na sua vida e como ela é essencial para a construção das relações. 

Aproveite que somos os únicos seres que materializamos as emoções de várias formas. Pense no seu jeito, na sua maneira e construa relacionamentos fortes.

Certa vez li uma frase de um autor desconhecido que dizia: “A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar duram uma eternidade”. É isso! Tudo o que “toca” o coração fica eterno.

Expresse suas emoções e você vai perceber o quanto pode mudar sua forma de trabalhar e viver!