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Talvez uma das grandes dificuldades do ser humano, na atualidade, seja desenvolver de forma satisfatória sua inteligência emocional. Recentemente, li uma pesquisa que aumenta cada vez mais o número de demissões em grandes empresas, por motivos ligados ao comportamento do gestor ou colaborador.

Basta ouvir, ler ou assistir os noticiários, que sempre presenciamos atitudes que corroboram com isso que estou falando. As pessoas estão cada vez mais ríspidas, violentas e sem empatia.

Em todas as áreas de atuação, seríamos muito melhores e muito mais produtivos se soubéssemos aproveitar e lidar com nossa inteligência emocional. Nas empresas e nas escolas, ou até mesmo no convívio familiar, nunca foi tão precioso dominar as emoções e a partir delas construir caminhos.

Nesse texto de hoje lhe explico alguns pontos que lhe ajudarão.

1º passo para desenvolver a inteligência emocional

O primeiro passo é entender o que é a inteligência emocional. É por ela que conseguimos organizar nossas emoções diárias, controlar ações e reações e a partir daí estabelecer autocontrole. Quando isso acontece compreendemos o que sentimos e realizamos com mais eficiência a comunicação, os relacionamentos interpessoais e as atividades profissionais.

Segundo o sociólogo e antropólogo francês David Le Breton, especialista na análise do corpo e comportamento social, nós, seres humanos, estamos pertencentes ao mundo por meio de afetos. Ou seja, desde bebês aprendemos a sentir e a expor emoções. Trata-se de uma relação de causa e efeito: eu sinto e eu expresso.

É natural expressarmos o que sentimos. Henry Wallon, outro estudioso no campo da psicologia do desenvolvimento, destaca que a emoção é a exteriorização da afetividade, por meio de expressões corporais e motoras. Uma espécie de fio condutor entre o que é orgânico e social. Ou seja, comprovamos aqui o quanto é necessário olharmos para as nossas inteligências emocionais, visto que estamos constantemente ligados a outros indivíduos e o controle e aquisição de sentimentos organiza nossa função como sujeito no mundo.

2 º passo

Agora que já sabemos as razões de olhar para a inteligência emocional, vamos descobrir porque utilizá-la no nosso dia a dia.

Um ponto que considero bastante importante é que quando controlamos nossas emoções, conseguimos estabelecer uma melhoria significativa nos relacionamentos. Isso na ordem profissional, quanto pessoal. Imaginem vocês “brigando” com o seu líder, gestor ou colega, porque não concordam com as solicitações que vêm sendo realizadas? Ninguém consegue viver em um ambiente assim. Neste caso, deve-se observar a origem do problema. É no líder, gestor ou colega, ou está em você?

Às vezes não sabemos lidar com as “ordens” que vem “de cima”, ou não compreendemos que faz parte do “jogo” driblar as adversidades. Analisem comigo uma partida de futebol. O goleiro passa a bola para o zagueiro, que logo lança velozmente para o atacante, que erra o chute e não faz o gol. É imprevisível saber se daria certo ou não aquela jogada. Mas houve uma tentativa, um acordo definido nos treinos que essa seria a “jogada” ideal. Contudo, não deu certo. Em um caso como esse, o goleiro ou o zagueiro não sairia por aí gritando e reclamando do chute errado, porque sabem que isso é um trabalho em equipe.

Nossa inteligência emocional também vem por esse caminho. Quando percebemos que fazemos parte de um time, entendemos que controlar nossas emoções são necessárias para dar bons lances, senão, tudo termina do zero a zero.

Além disso, quando percebemos nossas emoções, conseguimos um melhor equilíbrio emocional e facilita nossa tomada de decisão. Não podemos pedir demissão ou negar alguma atividade, por exemplo, no meio de um stress ou raiva. Isso seria desastroso para a organização e para você.

Certa vez lembro que precisei tomar uma atitude em relação à troca de professores em disciplinas nos cursos em que coordenava. Em uma reunião de colegiado, fiquei decepcionado com o depoimento de um professor. No momento consegui controlar meus sentimentos, refleti sobre o que houve e depois resolvemos, individualmente, o problema apresentado. Se não houvesse uma inteligência emocional ali, provavelmente as consequências para mim e para ele seriam muito ruins.

O interessante de se perceber emocionalmente é que você entende as situações, desfaz ansiedades e controla sua equipe.

3º Passo

Nesse terceiro e último passo para desenvolver a inteligência emocional e saber lidar com elas em seu dia a dia, mostro como você aprender e buscar recursos para compreender e controlar suas emoções.

Se autoconheça, antes de tudo. O autoconhecimento é um exercício necessário e constante. Com ele você consegue perceber seus limites, suas forças e fragilidades.

Uma dica importante que explico aqui é olhar para suas memórias afetivas. Elas te mostrarão muito quem você foi, como se comportava em determinadas situações ou o que esperava dos outros quando estudava ou trabalhava.

As memórias tendem a explicar caminhos e atitudes, por isso que voltar a elas, contribui para um processo de autoconhecimento e, consequentemente, no desenvolvimento de nossa inteligência emocional. Pratique esse exercício!

Outro ponto que considero necessário para trabalhar nossas emoções é ler bons livros, descansar nossa mente assistindo séries ou filmes que gostamos e meditar sempre que possível. Sempre que estamos realizando algo que gostamos, nosso cérebro recebe com prazer essa atividade e, consequentemente, fica mais saudável. Por isso, dormir, comer bem, caminhar, escutar músicas e outras ações podem lhe trazer bons resultados para o entendimento da sua inteligência emocional.

Por último, mantenha-se motivado para motivar os outros. Tudo isso contribuirá para uma mente saudável. Se isso ainda não funcionar, procure ajuda profissional. Às vezes não conseguimos dar conta sozinho, por isso a escolha de um psicólogo é bem-vinda, porque no processo de análise, falamos o que sentimos e aprendemos muito com isso.