Sabe aquele atleta que quer buscar um troféu ou uma medalha? Que treina muito para então conseguir atravessar a linha de chegada ou que arremessa durante 12 horas a sua bola para conseguir a marca de 100% de acerto? Assim é o efeito da afetividade na educação humanizada. Ela vem como um prêmio, como algo conquistado e que ninguém tira, é seu e pronto! O professor é o atleta que consegue marcas históricas na vida de seu aluno.
E por falar em marca, um outro ponto que gosto de salientar quando discuto Educação Humanizada por meio dos afetos, é o quanto ela é capaz de “marcar” nossos alunos.
Marcar no sentido de marcar mesmo, de tatuar. Quando o professor é afetivo e trabalha com os seus alunos um ensino mais humanizado, ocorre um efeito tatuagem que para apagar, somente utilizando técnicas invasivas e doloridas. Somente cirurgias retiram tatuagens.
Um professor que aposta na afetividade com os seus alunos, para sempre registra a sua forma de ensinar e inspirar para vida. Mas porque devemos investir nisso?
Educação humanizada na prática
Bom, está evidente que cada vez mais concorremos com sites de busca, com jogos online, com ambiente de realidade virtual e com vídeos no Youtube. A partir disso, como ser professor e como mediar a educação?
Iremos nos destacar se, além de todo o nosso conteúdo ministrado, houver uma Educação Humanizada, permeada com afetividade, porque é somente pela afetividade que ocorrerá um ensino mais significativo. Ou seja, o professor passa a não só expor o conteúdo, mas ativa em seu aluno um elo de ligação, confiança e cumplicidade.
Quando confiamos, sentimo-nos próximos. Quando somos cúmplices, quer dizer que estamos juntos. E é esse o valor da Educação Humanizada, criar elos que vão além da sala de aula, porque hoje o estudante pode aprender com um vídeo na internet, pode ler sobre determinado assunto em um blog, mas cadê o professor nesse processo?
Por isso, apostar em uma educação humanizada proporciona a figura do professor afetivo. Com isso passamos a ser um mediador de conteúdo, aquele que irá cocriar com os seus alunos, dar autonomia e permitir proximidade para que o ensino aconteça de maneira mais eficaz.
Gosto de estudar a Teoria Walloniana que diz que nossa forma de pensar e agir está muito ligada com a integração e com as condições orgânicas diante do meio no qual estamos inseridos. Para Henri Wallon, o sujeito só é sujeito porque há nele o que o autor denomina de “conjuntos funcionais”: – a inteligência; – a afetividade; – e a motricidade.
Ou seja, se nos constituirmos como pessoas, um destes elementos é a afetividade. Então como desprezá-la no processo de ensino e aprendizagem?
São os afetos que simbolizam a permanência, a relação do homem com o mundo e a sua intimidade inserida nos acontecimentos do quotidiano, explica Le Breton. Temos sempre uma apropriação de afeto sobre os objetos que nos cercam e que é duradoura, independentemente do tempo. “A emoção é a própria propagação de um acontecimento passado, presente e vindouro, real ou imaginário, na relação do indivíduo com o mundo” (Le Breton).
Apostar em uma educação humanizada é dar caminhos para o que é natural, próprio do ser humano: sentir emoções.
O aluno não aprende só com a visão e audição, é preciso fazê-lo sentir o coração. Quando uma aula toca atravessando os sentidos, ele aprende melhor, estabelece suas funções cognitivas e compreende os motivos da aprendizagem. Essa mediação ele nunca terá em uma leitura de blog ou assistindo um vídeo no Youtube, só o professor pode criar sentimentos, porque há uma troca, um laço formado e isso o estudante não esquece.
Apostar na afetividade, por meio da Educação Humanizada, trará muitos benefícios para você professor e para os seus alunos. A aprendizagem será mais leve, divertida e muito mais produtiva.
Penso ser esse o futuro da educação. Robôs podem surgir para ensinar as crianças, jovens e adultos, mas nunca irão proporcionar relações afetivas. Por isso, o ensino humanizado tende a ser valorizado. Afinal, queremos um mundo melhor para todos, com menos guerras, preconceitos e mazelas.
Humanizar é afetar o coração para que ele e a inteligência conversem. É proporcionar afetos para que a racionalidade se fortaleça.
O professor tem o potencial de transformar pessoas, de inspirar e de encorajar mudanças em seus alunos. É ensinar algo novo com o conteúdo de história, português, matemática, física ou geografia, e também ensinar que somos pessoas e por isso precisamos das relações afetivas para ser melhor.
Aposte na Educação Humanizada! Você fará um bem para você e para todo o mundo.
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