Memória afetiva: transforme os ambientes por onde você passa

Trabalhe a memória afetiva e transforme os ambientes por onde você passa

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As memórias afetivas exercem muitas funções. Além de trazer um tempo, um lugar e até pessoas, por meio de nossas lembranças, elas também podem contribuir para a construção de um ambiente mais agradável e positivo.

Uma memória afetiva é aquela que traz uma pulsão, uma sensação e altera nosso comportamento. Ou seja, com elas podemos sorrir, chorar, sentir saudade ou até mesmo deitar no sofá, viajar no tempo e reviver mentalmente uma parte do passado que nos fez bem.

Todo ser humano é por natureza um ser narrativo, que gosta e conta histórias. Memórias são histórias reais, que podem ser “ficcionadas” quando contamos, mas que exerce uma função narrativa importante para quem conta e quem escuta. Por isso, quando utilizamos a memória afetiva nos ambientes de trabalho ou de educação, sempre temos resultados positivos e neste texto quero lhe contar as vantagens e como fazer isso.

Memórias afetivas transformam e encantam

Uma pergunta que sempre aparece é: por que as memórias afetivas encantam algumas pessoas e podem transformar os locais em que vivemos? A resposta é simples: é porque nela há afetividade. Sempre que os afetos são demonstrados ou praticados, a tendência é presenciar essa transformação. Em toda memória afetiva há alguém que participa junto, por isso, ela emociona e mexe com quem narra.

Todos temos memória e isso é privilégio que devemos valorizar constantemente. Só somos sujeitos porque temos uma história e uma memória que nos diz quem somos e de onde viemos. Olhar para esse passado é fundamental para compreender o presente e projetar o futuro.

Não é ficar preso no passado, pelo contrário, é olhar para ele como se fosse um retrovisor de um carro. Aceleramos, seguimos em frente, mas de vez em quando é necessário olhar para trás para compreender o caminho.

Além disso, sempre que relatamos uma memória afetiva há nesse movimento um exercício de empatia. Nos colocamos no lugar de quem fala, de quem vive ou viveu aquela história. Isso é típico do ser humano, de se projetar para dentro das narrativas. O que é maravilhoso, visto o universo que alcançamos nas interações sociais.

A empatia é uma das habilidades socioemocionais que mais promove o bem-estar no grupo. Ou seja, quando sentimos ou percebemos o que o outro passou ou passa na atualidade, há um exercício de se colocar no lugar e isso gera conexão entre as pessoas.

Nosso cérebro é tão fantástico que há neles neurônios espelhos e por eles, “copiamos”, mesmo sem perceber, o comportamento do outro. Quando estamos felizes, por exemplo, quem está ao nosso lado percebe o sentimento e reage de forma semelhante. O contrário também acontece. Quando em um ambiente sentimos que alguém está com raiva ou triste, logo podemos ser “infectados” por estas sensações.

Ao relatar uma memória afetiva, seja ela alegre ou triste, o ambiente em que estamos é invadido, costumo dizer, por afetos compartilhados, consequentemente, há uma mudança sensorial no local, o que potencializa práticas positivas nos processos de trabalho, vendas e atendimento, quando oportunizados em empresas ou em lojas, e em um ensino mais significativo e prazeroso, quando praticada em sala de aula.

Mas como oportunizar o uso de memórias afetivas para transformar os ambientes? Abaixo eu relato xx formas para que você possa aproveitá-las melhor.

04 boas maneiras de praticar o uso da memória afetiva nos ambientes

1 – Exposição de fotos

As fotografias, hoje em dia, estão guardadas em arquivos nas galerias dos smartphones e ou computadores. Diferente de tempos atrás em que era necessário revelar e imprimir as imagens. 

Fotos são excelentes dispositivos que conduzem rememoração e consequentemente trazem memórias afetivas. Promover uma exposição fotográfica no ambiente de trabalho ou na escola, é uma estratégia que transforma o local e traz sensações prazerosas. 

Além disso, por meio das imagens, sua equipe ou os seus alunos poderão conhecer melhor as histórias uns dos outros e com isso o engajamento tende a ser construído. Há uma conexão via narrativas mnemônicas e nostálgicas que só as memórias afetivas conseguem operacionalizar. 

Todos gostamos de reviver os fatos impressos em fotos. O nascimento do filho, o casamento, o aniversário inesquecível, as festas na casa da avó, os natais e os fim de ano, todos acontecimentos marcantes que são impulsionados via memórias afetivas. Pode ter certeza de que ao promover exposições deste tipo, o ambiente em que você atua, será transformado. 

2 – Dinâmicas e jogos

Um outro caminho possível para mudar o ambiente do seu trabalho ou ensino é proporcionar jogos e dinâmicas em que memórias afetivas possam ser compartilhadas. 

Você pode elaborar dentro da sua empresa ou escola, uma dinâmica em que os envolvidos possam contar lembranças marcantes. Pode ser via jogo de baralho ou personalizado, dança da cadeira, tiro ao alvo, jogos de tabuleiro, para cada jogo, ao lançar o dado ou perder a rodada, uma memória pode ser compartilhada. 

Isso pode ser feito no início ou no fim do expediente para confraternizar, durante a exposição de algum conteúdo específico em sala de aula ou tornar parte da rotina da empresa ou instituição de ensino. 

Potencialize esse compartilhamento de memórias afetivas e você irá perceber o ganho positivo com essas histórias. 

3 – Nostalgia, músicas e filmes

Todos temos uma música ou um filme inesquecível. Hoje em dia com os dispositivos digitais, conseguimos, por exemplo, criar playlists e ouvir quando e quantas vezes quiser. Por que não aproveitar esse recurso?

Peça para seus alunos ou seus colaboradores listarem músicas que trazem nostalgias. Organize uma playlist e coloque para rodar de vez em quando. Em alguns momentos, abra para que falem as memórias afetivas que vem com a trilha sonora. 

As músicas, além de fazer bem e criar um clima agradável, também proporcionam momentos marcantes, visto a carga afetiva que virá com essas memórias. 

Outra opção é fazer sessões com filmes antigos nos horários de intervalo. Os filmes também oportunizam experiências positivas com memórias afetivas. Sempre há aqueles inesquecíveis, que lembram da infância ou da adolescência. 

4 – Brincadeiras de infância e memoria afetiva

Recrear sempre é uma boa opção para o lazer como também para aprender. Gostamos quando estamos “leves” e tranquilos, só assim conseguimos trabalhar e estudar melhor. 

Brincadeiras de infância são ótimas opções para a recreação e evocação de memórias afetivas. Proporcionar essa experiência certamente transformará o ambiente de trabalho e de ensino. 

Elas podem ocorrer em eventos específicos ou até mesmo para fechar ou iniciar a semana. Além de dinamizar o ambiente, elas contribuem para a rememoração e volta ao passado. Como disse anteriormente, olhar para as memórias afetivas auxilia na compreensão de quem somos e de onde viemos. 

Pesquise quais as principais brincadeiras que o seu público mais gostava e volte a praticar com eles. 

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